Por Vanessa Henriques
Já faz um tempo que não escrevo. Falta de tempo, de inspiração, de poesia, talvez tudo isso junto. Eis que me encontro aqui, diante da implacável folha em branco, tentando recuperar o tempo perdido. E toca procurar algum assunto divertido, cotidiano, leve mas também crítico pra encher essas linhas.
Mas, peraí! Ainda não falei do assunto que tem monopolizado as mesas de bar e de reunião: a Copa do Mundo! Aliás, a copa das copas, capaz de juntar hermanos morando em furgões, holandeses andando na CPTM e o atacante alemão Klose ganhando presente de índio!
E qual o motivo de ainda não ter escrito nenhuma linha sobre a Copa? Simples, a própria Copa, como bem pontuou Antonio Prata. Quem tem tempo pra escrever crônicas quando a todo instante tem algo divertido na TV? Uma mesa redonda inédita? Um artigo novo do Tostão? Fica realmente difícil.
Passei finais de semana e inclusive o último feriado planejando saídas de acordo com o jogo. ‘Assisto esse Argentina e Bósnia, vou ao mercado, volto para o próximo jogo, e deixo pra ir ao banco no intervalo’ foram planos comuns. Sem contar o fone de ouvido de todos os funcionários da firma em horário de jogo. Coincidência, claro.
O estranho é que essa Copa demorou pra conquistar nossos relógios e corações. Antes mesmo de ela começar sentia uma espécie de ressaca antecipada, afinal foram tantas e tantas notícias, protestos e discursos que parecia que ela já tinha acabado. No fim teve Copa, aliás, está tendo Copa, e continuará tendo depois que o apito soar pela última vez.
Que venha o segundo tempo, e que venham mais crônicas.
ressaca antecipada -> melhor definição para o clima de véspera dessa copa…